quinta-feira, 29 de março de 2007

ENGENHEIROS DO HAWAII - 2005

Marcelo Bulgarelli/Equipe O Diário

Setembro de 1985. Em Porto Alegre, um gerente da RCA resolve fazer um disco com o melhor do rock gaúcho. Entre os selecionados, De Falla, TNT, Garotos de Rua e Taranatiriça. Porém, o ego dos integrantes dessa última banda acredita que não deveriam dividir o disco com outros grupos. Foi a brecha necessária para o aparecimento dos ‘Engenheiros do Hawaii’, banda formada por, estudantes de arquitetura.
Quase vinte anos depois, os Engenheiros se consolidam como uma das principais bandas do cenário pop/rock brasileiro. Prova disso é o show ‘Acústico MTV’ que vai acontecer amanhã no Pavilhão Azul do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro.
O grupo do vocalista Humberto Gessinger vai tocar o repertório do especial feito para a MTV e outras composições. Duas inéditas também entraram no show: “Armas químicas e poemas” e “Outras freqüências”. Essas composições surgiram no meio das gravações.
Por telefone, o líder da banda conversou com O DIÁRIO. Ele estava em Porto Alegre se preparando para os shows de Londrina e Maringá. Gessinger explicou que praticamente os cenários são os mesmos do show da MTV. Os arranjos são um capítulo à parte. O líder da banda revela que foi uma redescoberta da história dos Engenheiros e o que o grupo representou nos anos 80 e 90. “Vamos apresentar os mesmo arranjos do especial, só que sem as cordas”.
O ‘mergulho’ na história dos Engenheiros, segundo Gessinger, foi ‘uma delícia’. Garante que fez um trabalho de ‘recomposição’ e ainda continua trabalhando nas músicas antigas. “Muitos acham que fazer o Acústico MTV é um ponto de chegada. Pra mim, está sendo um ponto de partida, estou revendo tudo”.
Mas será que é possível ter um uma dimensão desses anos de estrada e o que os engenheiros representam para o pop/rock nacional? “Quem está dentro não consegue analisar objetivamente a carreira. Só consegue fazer quem está fora. Para nós, tudo é uma enorme canção. Garanto que esse é o meu momento mais feliz”.
Em relação ao formato acústico, Gessinger prevê que é possível um esgotamento sob o ponto de vista comercial, mas artisticamente é inesgotável. E reafirma: “Não encaro como um resumo de carreira. É um ponto de partida”.
A banda também fez muitas regravações. Porém, Gessinger acredita que ainda falta gravar alguma música de Zé Ramalho.
E será que o papa ainda é pop? Gessinger vai direto ao assunto: “Tudo que se fala está no liquidificador pop. Não é um conceito moralista, mas de afirmação, uma constatação.

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